14.4.14

Iluminação pública

Sei que o artigo foge um pouco ao âmbito jurídico, mas achei muito interessante ver todas essas informações. Além disso, a Fazenda Pública sempre é chamada nas questões urbanísticas e esse artigo trata disso.

DA Folha.

LEÃO SERVA
As novas lâmpadas e seus efeitos
Pesquisadores negam temor sobre ameaças da iluminação pública para árvores e pássaros
Tenho um amigo que diz: "Urbanismo é como o 'cubo mágico'. Quando você mexe de um lado, afeta todos os outros". Nos últimos anos, o departamento de iluminação pública da Prefeitura de São Paulo, Ilume, tem movimentado dois lados do "cubo mágico", em resposta a demandas da cidade: economizar custos de luz e aumentar a segurança nas diversas regiões, iluminando-as melhor.
Quando isso acontece, porém, alguns cidadãos reclamam de claridade exagerada em certas áreas,temem que luz demais altere o sono dos passarinhos e o ciclo vital das plantas.
Nos últimos dias, recebi manifestações de habitantes de Higienópolis e Pacaembu. A polêmica tem marcado diferentes lugares à medida que avança a nova tecnologia de iluminação pública, em São Paulo e outras cidades do Brasil.
Em setembro, a Folha publicou o texto "Durma com um barulho desse", em que moradores reclamaram que as novas lâmpadas fazem sabiás-laranjeiras cantar de madrugada. Houve polêmica no "Painel do Leitor".
Em todo o mundo, lâmpadas antigas, que consomem muita energia, estão sendo aposentadas. Em casas e locais públicos, as lâmpadas incandescentes (aquelas com filamento), são substituídas por lâmpadas fluorescentes (têm dentro um gás que se torna luminoso quando exposto à corrente elétrica) ou com LED (usam semicondutores que transformam eletricidade em luz), com vida útil maior e que pesam menos na conta. As ruas de São Paulo estão recebendo lâmpadas de sódio (com luz alaranjada) e LED (branca), em postes mais baixos, o que aumenta efetivamente a luminosidade nos pontos da cidade.
A coluna contatou pesquisadores da área da botânica, para saber das árvores, e ornitologia para saber dos pássaros.
O decano dos estudos de aves no Brasil, o ornitólogo Dalgas Frisch, diz que não há qualquer motivo para preocupação. Alguns pássaros inclusive gostam da luz durante a noite, diz ele, citando como exemplo as andorinhas, que em ambientes iluminados se sentem protegidas contra as corujas que atacam seus filhotes.
O pesquisador Luiz Fernando de Andrade Figueiredo, do Centro de Estudos Ornitológicos, elogia os benefícios ambientais da nova iluminação pública, por ser mais econômica, e acha "estranha" a alegação de que a luz mais forte poderia prejudicar a saúde de pássaros. Recomenda que "a iluminação seja apagada após o horário do fechamento dos parques" e aqueles com iluminação permanente reservem uma área, "como um refúgio noturno para algumas aves".
Dois agrônomos, pesquisadores em meio ambiente, negam qualquer efeito daninho da nova iluminação sobre as árvores urbanas.
Kanashiro Shoei, do Instituto de Botânica, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, diz que "não há mal algum para as plantas" nas novas lâmpadas. Sérgio Luis Pompéia, agrônomo e consultor na área ambiental, também define a troca das lâmpadas como "extremamente positiva sob o ponto de vista ambiental", por reduzir o consumo de energia, iluminar melhor a rua e durar mais, e nega qualquer risco à vegetação. Diz também que as aves urbanas são adaptadas à iluminação pública.
A julgar pelas consultas feitas pela coluna, as árvores, os pássaros e seus defensores da espécie humana podem dormir sossegados, sem se preocupar com riscos decorrentes da nova iluminação pública paulistana.

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