10.9.13

Ah, o CNJ, tão mal coberto pela imprensa....

Eu queria ler uma cobertura pela imprensa que não se limitasse a pedir punições.
Eu gostaria que a imprensa cobrisse o CNJ com atenção, analisando quem são os conselheiros, como eles decidem, no que eles diferem de outros conselheiros. No que uma composição difere da outra.
Gostaria que a imprensa acompanhasse casos que já passaram pelo CNJ e foram suspensos ou reformados pelo STF.
Um exemplo é o caso da juíza Clarice, do Pará, afastada pelo CNJ, condenada pelo CNJ e cuja pena foi revista pelo STF.
Nessas horas o CNJ não decide com a serenidade esperada dos juízes. Decide pensando num sentimento de justiça difuso, mas longe do que é realmente justo. É nessas horas em que agradecemos de joelhos o fato do STF não se atemorizar como o CNJ ou, em outras palavras, por ter mais apego ao JUSTO.
Mas não, a imprensa cobre com ligeireza, pede punições e "avalia" superficialmente, no que a nova composição pode ser mais "dura" que a anterior. Ora, o nome é Conselho Nacional de  JUSTIÇA. A meta é fazer Justiça ou punir, punir, punir? Pela imprensa, não há dúvidas: é punir, sem perguntar se é justo, se direitos foram respeitados, se as decisões foram tomadas com ponderação.
Mas, do jeito que a imprensa vai, vou continuar esperando.
A notícia abaixo é do blog do Fred, que tenta cobrir da melhor forma.



CNJ desengaveta investigações contra juízes



Procedimentos demoravam com pedidos de vista ou não iam a julgamento.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deverá julgar vários processos de juízes suspeitos de venda de sentença que tiveram tramitação emperrada no órgão de controle do Judiciário.
Reportagem de autoria do editor do Blog, publicada na Folha neste domingo (8/9), revela que o corregedor nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão, “represou” alguns processos, aguardando a nova composição do conselho, pois temia que fossem arquivados. O novo colegiado fará sua primeira sessão nesta terça-feira, sob a presidência do ministro Joaquim Barbosa.
Falcão pretende desengavetar até o final do ano apurações iniciadas ainda na gestão dos ministros Gilson Dipp e Eliana Calmon, seus antecessores na corregedoria. Esses procedimentos demoravam por causa de pedidos de vista ou não eram levados à mesa para julgamento.

“A grande maioria do Judiciário é formada por juízes honrados, mas infelizmente ainda temos uma minoria que tem que ser expelida do Judiciário”, diz Falcão.
“Todos os novos conselheiros têm boa formação intelectual, são independentes, com disposição de apurar tudo”, diz a ex-corregedora Eliana Calmon. Ela prevê “uma dinâmica maior, não somente na gestão, mas na parte disciplinar”.
Gilson Dipp entende que “essa composição talvez seja a melhor que o órgão já teve, tanto para tratar de políticas públicas como do aspecto disciplinar”. “São pessoas qualificadas, equilibradas, ponderadas e justas”, diz o ex-corregedor.
O promotor de Justiça Gilberto Martins –reconduzido ao cargo– confirma que o conselho “foi um pouco conservador, recalcitrante para aplicar penas mais severas”. Diz que vários magistrados sob investigação tiveram penas brandas para casos mais graves.
“Eu era visto como duro demais”, admite Martins. “Mas não faremos uma ‘caça às bruxas’”, diz. Na gestão do ministro Cezar Peluso na presidência do CNJ, Martins apresentou proposta para dar prioridade aos processos disciplinares. “A ideia foi repelida”, diz.
Procurado, o ministro Peluso não se manifestou.

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