14.1.10

Falar o quê?

Outro dia eu estava conversando com duas juízas substitutuas e dizia que, para mim, o crime de desacato não existe mais. Isso no sentido de me ver como possível vítima de desacato. Prende alguém por causa disso, nos dias de hoje, é pedir para ser execrado nas páginas do Consultor Jurídico. Sem falar na sujeição a eventual crime de abuso de autoridade. Nos ouvidos do leigo, quem prende por desacato pratica esse crime.

Foi então que, no correr da conversa, uma das juízas contou que um dia, finda a audiência, a advogada disse que a magistratura estava deixando entrar gente que ainda cheirava ao leite que bebeu.

Pensei um pouco e disse: sei o que falei, mas isso é caso de desacato.

A afirmação é tão ofensiva, tão cheia de preconceito, que o pedido imediato de desculpas seria a única coisa que poderia ser ouvida em seguida. Claro, quem ofende assim nem pensa em pedir desculpas. Nem tem consciência da besteira que falou.

Fiquei pensando em frases para falar depois de ouvir algo assim:
- Cheiro bom, né?
- A senhora é chinesa? Lá na China eles dizem que nós, ocidentais, cheiramos a leite mesmo...
- Por isso que eu quero ter filhos, pelo cheirinho...
- Preciso tomar menos leite de manhã...
- Mas eu tomei chá...

2 comments:

Anonymous said...

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JACONIAS DIAS RODRIGUES said...

Continue postando coisas interessantes para nós. Parabéns pelo blog.