30.6.12

Casos assim não são raros

Do Conjur


LANÇAMENTO DE OFÍCIO

Cobrança de IPVA prescreve em cinco anos

Por entender que o IPVA prescreve se cobrado cinco anos após o lançamento, a Vara da Fazenda Pública da Comarca de Avaré (SP) decidiu pela extinção de execução fiscal, no valor de R$ 5 mil, movida pelo estado de São Paulo contra o dono de um automóvel.
O proprietário, representado pelo advogado Cristiano Augusto Ferreira, apresentou exceção de pré-executividade aduzindo que o imposto não podia ser cobrado em relação ao período de 2001 a 2005. Ele alegou que a Fazenda só efetuou a inscrição do débito em dívida ativa em março de 2011, mais de cinco anos após o período em que o imposto deveria ter sido cobrado.
“O IPVA é um tributo que é lançado de ofício, ou seja, a autoridade fazendária emite o documento para que o proprietário do veículo efetue o pagamento. Neste caso, a Fazenda tinha cinco anos, a partir de 1º de janeiro do exercício seguinte de cada fato gerador (...) para efetuar a inscrição na dívida ativa e realizar a cobrança, conforme artigo 173 do Código Tributário Nacional”, afirmou a juíza Roberta de Oliveira Ferreira.
A juíza ressaltou também que, mesmo tendo sido lavrado auto de infração, não é possível a interrupção do prazo decadencial. “Desta forma, ocorrendo a decadência do direito da Fazenda Pública de constituir o crédito tributário, a execução deve ser extinta”, concluiu.
Jurisprudência adotada pelo Tribunal de Justiça foi usada como fundamentação. Em 2008, decisão da 10ª Câmara de Direito Público impediu cobrança de multa em caso de IPVA cujo lançamento deveria ter ocorrido em 1999, mas que teve a execução proposta apenas em 2006. 
A Vara da Fazenda Pública da Comarca de Avaré julgou procedente a exceção de pré-executividade. Custas e despesas processuais ficaram a cargo da Fazenda paulista, representada pela procuradora Marta Adriana Buchignani, mas os honorários advocatícios não terão de ser pagos por se tratar de mero incidente processual.
E xceção de pré-executividade 053.01.2011.009384-0

29.6.12

Até que enfim!! Estão constatando o óbvio!!!

Do Consultor Jurídico


'EXCESSO DE TRABALHO'

Juízes não são "máquinas de sentença", diz conselheiro

O conselheiro do Conselho Nacional de Justiça, Jefferson Kravchychyn, defendeu, nesta sexta-feira (29/6), em Florianópolis (SC), que as administrações dos tribunais vejam e tratem os juízes como “indivíduos e não como máquinas de sentença”.
A afirmação foi feita durante o lançamento do Programa Valorização — Juiz Valorizado, Justiça Completa. O objetivo é subsidiar o CNJ e os demais órgãos do Poder Judiciário na elaboração de políticas públicas voltadas ao reconhecimento da importância do trabalho dos magistrados para o bem-estar da sociedade.
“Temos hoje um sistema judicial perverso. As grandes vítimas são os nossos jurisdicionados, nossos advogados, servidores e magistrados. O grande problema hoje do sistema judicial são as pessoas. Tratamos a magistratura como se fosse algo monocelular. Mas a magistratura é feita de magistrados, indivíduos, que têm sentimentos, que têm vontade, traumas, problemas e qualidades. Mas os magistrados são tratados de forma igual, quando deveriam ser tratados de forma diferente”, afirmou o conselheiro Jefferson Kravchychyn, integrante da Comissão Permanente de Eficiência Operacional e Gestão de pessoas do CNJ.
O conselheiro observou que, em função das cobranças por produtividade e da falta de atenção aos aspectos pessoais dos magistrados, muitos deles, desestabilizados emocionalmente, acabam cometendo faltas funcionais ou éticas.
“Muitos juízes que têm histórico de vida ilibada, homens respeitados, de repente, por problemas pessoais, por excesso de trabalho, por vários problemas, passam a cometer várias faltas, funcionais ou éticas. Nestes casos, o juiz não deve ser punido, ele deve ser tratado”, afirmou Kravchychyn, lembrando que, com esta visão, o CNJ já reformou decisão de um tribunal que puniu magistrado que necessitava de tratamento.
Já o secretário de Comunicação Social do CNJ, Marcone Gonçalves, defendeu que os tribunais adotem políticas de Comunicação e fortaleçam as assessorias encarregadas de estreitar o diálogo entre o Judiciário e a sociedade. Segundo ele, em função da ascensão social de milhões de brasileiros, verificada nos últimos anos, cada vez mais a população volta sua atenção a temas relacionados ao Direito e à Justiça. Ele deu como exemplos os 1,5 milhão de acessos mensais ao site do CNJ na internet e os 120 mil seguidores do órgão no Twitter. As informações são da Assessoria de Imprensa do CNJ.
Revista Consultor Jurídico, 29 de junho de 2012

Ainda o mensalão

Do blog do Fred

Clamor público chegou ao revisor do mensalão

No último dia 21, o ministro Joaquim Barbosa, relator da ação penal do mensalão, despachou encaminhando para conhecimento do revisor, ministro Ricardo Lewandowski, três petições que determinou fossem juntadas ao processo.
Uma delas, registrou, é o “abaixo-assinado subscrito por trinta e cinco mil pessoas, solicitando  o ‘imediato julgamento’ do presente feito”.
Lewandowski concluiu a revisão cinco dias depois, quando liberou os autos, abrindo caminho para o julgamento do processo em agosto.
Segundo a Folha apurou, Lewandowski julgou indevidas as pressões que recebeu na Corte para apressar a revisão.
“Eu fiz das tripas coração para respeitar o que foi estabelecido”, disse, na ocasião, o revisor

28.6.12

Um alemão no STJ

Do Lauro Jardim


Um alemão na presidência do STJ

O novo eleito
Félix Fischer será eleito hoje para a presidência do STJ. Naturalizado brasileiro, Félix é alemão, nascido em Hamburgo.
Ainda criança veio para o Brasil. Estudou Direito na UEG (atual UERJ) e mudou-se para o Paraná, onde fez carreira no Ministério Público antes de ir para o STJ.
Por Lauro Jardim

27.6.12

Uma decisão correta e necessária

Do Lauro Jardim


Google vence Xuxa no STJ. Decisão abre precedente histórico

www
A Google Brasil recorreu ao STJ e conseguiu reverter, ontem, uma decisão da Justiça carioca que fixou multas de 20 000 reais para cada link, foto ou vídeo que fosse encontrado ligando a Xuxa a sexo ou pedofilia.
Esses links surgiram a partir das imagens do filme Amor Estranho Amor, de 1982, em que Xuxa interpreta uma personagem que tem relações sexuais com um adolescente.
Pelas contas do advogado da Google, a multa poderia até mesmo ultrapassar o valor de mercado da empresa.
Com a decisão, não só foi derrubada a multa como os ministros abriram um precedente. Pela primeira vez o STJ entendeu que um site de busca não pode ser responsabilizados por encontrar conteúdos de terceiros.
Por Lauro Jardim

Um artigo deprimente

Plinio de Arruda Sampaio, do alto dos seus 81 anos de idade, escreve um artigo na página 3 da Folha deSão Paulo de hoje e dedica-se a atacar umajuíza doEmbu.
Talvez em razãodo pouco espaço, alguns detalhes escapam à compreensão, remetendo o leitor consciente a uma procura no Google para tentar entender o assunto.
O que considero deprimente mesmo é quando ele fala que existe projeto exigindo do juiz que não decrete despejo de área ocupada, a menos que fique provado que os ocupantes possuem área para ir e que a mesma é servida por transporte coletivo.
Ora, dr. Plínio, em quem já votei tantas vezes, isso não se exige do juiz, mas da parte. Queria entender porque razão um sujeito formado na USP, filho de desembargador, coloca as coisas assim. Isso é exigido da parte, não do Juiz.

26.6.12

Mais mensalão

Essa vem do Estadão


Twitteiros fazem campanha para ministro entregar relatório do mensalão

Assunto é um dos mais comentados na rede social e virou um Trending Topic no Brasil com a hashtag #EntregaLewandowski

26 de junho de 2012 | 8h 37
estadão.com.br
Uma campanha para que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski entregue o relatório do mensalão a tempo de o julgamento acontecer em 1º de agosto domina o Twitter na manhã desta terça-feira, 26. O assunto é um dos mais comentados na rede social e virou um Trending Topic no Brasil com a hashtag #EntregaLewandowski.
Lewandowski, que é o relator do processo do mensalão no STF, deveria ter entregue as suas considerações finais nesta segunda-feira, 25, para que o julgamento do caso tivesse início no dia 1º de agosto. Com o atraso, a data de início deverá ser revista, já que não será possível respeitar os prazos legais para a intimação dos advogados. A próxima data deve ser o dia 6 de agosto.
pressão pela entrega, no entanto, gerou um constrangimento quando o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, cobrou de Lewandowski, via oficío, a liberação do processo até a noite de segunda. Em resposta, Lewandowski soltou uma nota classificando a cobrança como inusitada, uma vez que o prazo para a entrega, que termina na sexta-feira, 29, foi definido em reunião com todos os ministros da Corte.
Lewandowski deve liberar o processo nesta terça-feira, obrigando Britto a fazer o que não queria: a publicação de uma edição extra do Diário de Justiça para garantir que o julgamento comece a 1.º de agosto, como decidido pelos ministros. Britto não queria publicar uma edição extraordinária para não ser acusado de dar ao processo um tratamento diferenciado. Em seu ofício, Lewandowski garantiu que não atrasará o processo.

25.6.12

Impedimento no STF

Do Blog do Camarotti (G1)


Ministros do STF avaliam impedimento de Toffoli no mensalão

sex, 22/06/12
por Gerson Camarotti |
categoria Mensalão
De forma reservada, alguns ministros do próprio Supremo Tribunal Federal já avaliam que o ministro José Antônio Dias Toffoli deveria tomar a iniciativa e se declarar impedido de participar do julgamento do mensalão. Principalmente, porque ele foi assessor direto do ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, no Palácio do Planalto.
Toffoli tem afirmado que não decidirá agora se vai ou não se declarar impedido. Mas, segundo avaliação de um ministro do STF ao Blog, ele teria dado uma sinalização de que analisa a possibilidade de impedimento ao não participar da reunião administrativa no início do mês que marcou para o dia 1º de agosto o início do julgamento do mensalão. Só Toffoli e Ricardo Lewandowski não participaram dessa reunião.
Nos bastidores, já há pressão de procuradores da República para que o procurador-geral, Roberto Gurgel,peça o impedimento do ministro Dias Toffoli no julgamento do mensalão. Para esse ministro, isso causaria um desconforto para o STF.
Publicada às 08h18

Ainda o Pinheirinho

Do Conjur


OFÍCIO AO CNJ

Presidente do TJ-SP rebate acusações sobre Pinheirinho

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, enviou ofício nesta sexta-feira (22/6) à corregedora nacional de justiça, ministra Eliana Calmon, em que rebate acusações feitas em Reclamação Disciplinar protocolada no CNJ por entidades que questionam a atuação de juízes no processo de reintegração de posse do Pinheirinho. A área fica em São José dos Campos e era ocupada por 1,6 mil famílias que foram despejadas em janeiro por meio de ação da Polícia Militar, conforme decisão da Justiça de São Paulo.
No ofício, Sartori afirma que a reclamação é “inconsistente e ideológica” e acusa os representantes dos moradores do Pinheirinho de “exploração política e ideológica do episódio, em ano de eleição”. Ele defendeu o arquivamento sumário da representação, uma vez que já houve expediente anterior no CNJ que decidiu pelo arquivamento. Dessa forma, segundo Sartori, não caberia a abertura de um novo processo relativo ao Pinheirinho.
“Nesse contexto, não havendo fato novo, tem-se por presente coisa julgada administrativa formal, descabendo a reabertura do expediente.”
Sartori defendeu a legalidade da reintegração, citando decisões favoráveis do STJ e do STF e rechaçou qualquer responsabilidade sobre a morte de um morador do Pinheirinho, que, segundo as entidades, teria sido agredido durante a operação.
“Aliás, a própria OAB-SP (Subseção São José dos Campos) chegou à conclusão de que da operação não decorreu qualquer desrespeito à dignidade humana, anotando que laudo necroscópico, em princípio, dá conta de que não teria sido agredido o senhor a que se referem as denúncias, o qual faleceu de derrame.”
Na representação, as entidades dizem que duas pessoas morreram em decorrência da operação policial.
No documento, Sartori disse que o envolvimento da Justiça Federal foi “totalmente indevido”, defendendo sua posição com base em decisão do ministro presidente do STJ, Ari Pargendler.
O presidente do TJ-SP classificou como “exemplar” a atuação da Polícia Militar no caso.
“Eram milhares de pessoas e não houve qualquer incidente de gravidade. O local encobria expressivo tráfico de drogas, prostituição e outros crimes, sem falar que a maioria dos ocupantes das áreas eram prepostos de outras pessoas que residiam fora do local, como ficou claramente apurado.”
Sartori defendeu sua atuação à frente do caso, já que, como “chefe de Poder”, disse ter o dever de “garantir a autoridade das decisões” dos magistrados, conforme o artigo 96, incisivo I, da Constituição Federal. A ação de reintegração foi cumprida conforme decisão da juíza Márcia Mathey Loureiro, da 6ª Vara Cível de São José dos Campos.
Clique aqui para ler o ofício.

22.6.12

Uma tal de jurimetria

Isso vem do Conjur


DIREITO E JURIMETRIA

Segundo pesquisa, indústria do dano moral é um mito

"Em Deus confiamos. Quanto aos outros, que tragam dados." A frase, creditada ao estatístico americano Edwards Deming, talvez seja um pouco radical, mas cairia bem ao 2º Seminário de Direito, Estatística e Jurimetria, organizado na última quinta-feira (22/6) em São Paulo. O tom geral foi de que, embora os juristas e advogados do país possuam excelente nível, os números e as estatísticas têm muito a contribuir para suas decisões.
O seminário foi promovido pela Associação Brasileira de Jurimetria (ABJ), uma entidade sem fins lucrativos que tem por objetivo investigar e incentivar a aplicação da estatística e da probabilidade no Direito. Compareceram personalidades como os professores Michael Heise, da Universidade de Cornell, dos Estados Unidos; Kazuo Watanabe, da USP; Flávio Luiz Yarshell, também da USP; Fábio Ulhoa Coelho, da PUC-SP; e Ivan Ribeiro, da Fadusp; além de Flávio Caetano, secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça; Arystóbulo Freitas, presidente da Associação de Advogados de São Paulo; Marta Saad, presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais; Walfrido Warde Júnior, coordenador de pesquisas da ABJ; e Clávio Valença Filho, diretor do Centro Brasileiro de Arbitragem.
Por refletir sobre assuntos que transcendem o Direito, embora nunca o perdendo de vista, o evento não deixou de convidar matemáticos e administradores. O estatístico Carlos Eduardo Pereira Filho era um deles, e para mostrar como seu ramo de atividade pode contribuir com outras áreas, lembrou outro aforismo: “informação é aquilo que muda sua opinião”.
O estudo dos professores Bruno Salama e Flávia Püschel, por exemplo, ilustrou bem como a coleta de informações empíricas podem alterar alguns preconceitos. Suas conclusões, a partir da análise de 1.044 acórdãos, invalidam dois mitos: o de que existe uma indústria do dano moral no Brasil e de que falta uniformidade ao julgar casos do tipo.
"Os valores das condenações, pelo mesmo nas hipóteses que observamos, não nos pareceram elevadas", disse Salama, pouco após revelar que 38% das indenizações ficaram em menos de R$ 5 mil e apenas 3% em mais R$ 100 mil. "Quanto aos critérios de cálculo, vedação a enriquecimento sem causa e proporcionalidade com a extensão do dano são bastantes comuns. Isto sugere uma preocupação com a moderação das decisões e prova que a tese da altíssima insegurança jurídica não tem sustentação."
Flávia falou sobre a dificuldade na obtenção de dados, já que os tribunais não estão preparados para atender pesquisadores — sem contar aqueles cujos sites sequer funcionam. O professor Cássio Cavallidisse ter tido o mesmo obstáculo e contou um caso curioso. Em um trabalho para o Ministério da Justiça, sua equipe conseguiu um CD contendo a relação de todos os processos de falência, concordata e recuperação judicial desde 1986. Após a apreciação do conteúdo, no entanto, Cavalli estranhou o resultado e foi checá-los em uma comarca. Lá descobriu que mais de 98% das informações que possuía não tinha nada ver com o tema que desejava. Acontece que o sistema de classificação foi embaralhado na migração para o sistema unificado do Conselho Nacional de Justiça, e grande parte dos dados informatizados estão agora embaralhados.
"Posso afirmar com toda a convicção de que esse evento já é uma conquista, pois representa uma tomada de consciência", afirmou. "Não é possível fazer Direito sem conhecer a realidade social com que ele lida, e a pesquisa empírica é fundamental para mostrá-la."
Um começo feito de exemplos
"O sistema carcerário nacional é caótico, disfuncional e extremamente criminógeno", apontou o conselheiro do CNJ Luciano Losekan. "Ele tem seguido a um único propósito: manter uma classe controlada a partir da prisão."
Preocupado com essa situação, o CNJ editou em 2007 a Resolução 47, que obriga os juízes das varas de execução penal a, no mínimo uma vez por mês, inspecionar as unidades de sua jurisdição. "O magistrado que não visita, não conhece a matéria que está fervilhando no dia a dia dos presídios", argumentou Losekan.
Graças às inspeções, uma série de dados foi obtida e, assim, em 2011, surgiu a ferramenta Geopresídios, disponível ao público em geral no site do Conselho. Ela dispõe das mais variadas informações sobre as penitenciárias: número de presos, taxa de ocupação, quantidade de fugas e de celulares apreendidos, qualidade da equipe técnica e da alimentação. "Tenta-se traçar um quadro completo."
De acordo com Losekan, a população carcerária brasileira é de 515 mil presos — a quarta maior do mundo — dos quais 45% são provisórios. "Muitos também deveriam estar em regime semiaberto, mas não existe 'vaga' e eles têm de esperar meses. Isso é um caldo para revoltas e motins impressionante, que só não ocorrem por causa do controle exercido pelas facções criminosas."
O presidente do Conselho Nacional de Política Penal e Criminal, Herbert Carneiro, embora elogie o esforço do CNJ, fez notar que o dados continuam subutilizados. Mencionou, por exemplo, a questão do monitoramento eletrônico para substituir a prisão preventiva. "Não se sabe quantos seriam os presos nem o perfil dos que poderiam se sujeitar a essa medida", afirmou. "Os juízes sentem dificuldades porque não se construiu uma política pública para isso, e as coisas acabam sendo feitas aleatoriamente."
Maiores litigantes
Por fim, ficou a cargo de Guilherme Werner, também conselheiro do CNJ, traçar um paralelo entre a Jurimetria e a administração da Justiça. "Seu objeto de estudo não precisa se limitar necessariamente às decisões, ela pode sair para o processo com um todo, dos administrativos aos procedimentos arbitrais", defendeu.
Werner listou diversas fontes de dados que já estão disponíveis para análise, como as de agências reguladoras, o cadastro nacional de reclamações fundamentadas ou as tabelas de assuntos unificadas. Destacou, porém, o relatório dos cem maiores litigantes, por meio do qual é possível constatar que grande parte dos problemas que afligem o Judiciário em relação à morosidade pode ser atribuída ao mal funcionamento dos serviços públicos.
Identificamos pelo relatório de 2011 que 38% dos processos em tramitação eram de governos ou de órgãos governamentais, e outros 38% envolviam bancos, informou. "Algumas aplicações básicas se fazem com base nesses dados. A mais óbvia é a organização de mutirões de conciliação voltados a esses grandes litigantes."
Para Werner, pode-se utilizar esses dados formais como subsídio para a atuação. "No Rio de Janeiro, por exemplo, fizemos um esforço nesse sentido (promoção de mutirões de conciliação) e os resultados foram impressionantes: com a Sky, todos os processos foram resolvidos por acordo; com a Ricardo Eletro, 91%, e com o Banco do Brasil, 85%", exclamou. "Esses números, para quem não sabe, são quase inacreditáveis, porque o índice médio de conciliação global no juizado especial da vara cível é de 15% ou menos."
Já o professor de administração José Mazzon começou sua fala solidarizando-se com os juízes por conta de um número revelado durante a palestra de Werner. "Mais de 80 milhões de processo em tramitação para 17 mil magistrados é pra ter pena deles, mesmo." Em seguida, criticou a gestão do Judiciário, que ainda não saiu da cultura do papel e insiste em uma individualidade excessiva.
O corregedor-geral de Justiça do estado de São Paulo, José Renato Nalini, corroborou com a visão de Mazzon e discursou sobre a necessidade de o Judiciário se abrir. "Estamos coletando junto a todos os setores opiniões, sugestões, propostas que saiam de nossa visão míope, afinal, estamos deste lado do balcão e não podemos manter esse imobilismo". Depois, concluiu com bom humor. "Uma vez, falando no Tribunal de Justiça, disse que alguém que tivesse morrido há 200 anos voltasse, teria um susto tremendo de verificar como as coisas mudaram. Ele só sentiria em casa em nosso salão nobre."
Ricardo Zeef Berezin é repórter da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 22 de junho de 2012

Diretas já!!!

Do blog do Fred


AMB lança campanha das diretas nos tribunais

A AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) lançará nesta sexta-feira (22/6) uma campanha nacional intitulada “Diretas-Já no Poder Judiciário”. O objetivo é defender eleições diretas nos Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunais Regionais Federais.
O evento será realizado, às 9 horas, no Fórum de Cuiabá, com a presença do presidente da AMB, Nelson Calandra, e do conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) José Lúcio Munhoz.
Segundo informa a assessoria de imprensa da AMB, a campanha tem o apoio da Associação Mato-grossense de Magistrados (AMAM) e vai reforçar a importância da aprovação de duas Propostas de Emenda à Constituição (*) que dispõem sobre a participação de juízes no processo de escolha de seus representantes para a administração nas Cortes de Justiça do país.
Segundo Calandra, “a democratização do Poder Judiciário é necessária, pois apenas uma pequena parcela de magistrados participa das eleições para os seus órgãos diretivos. Estima-se que apenas 15% da Magistratura, seja estadual, trabalhista ou federal, possuam o direito de eleger os Presidentes de seus respectivos Tribunais. Não bastasse isso, para ocupar a Presidência de um Tribunal, é preciso ser o Desembargador mais antigo da Corte, de modo que, mesmo num universo restrito, nem todos os Desembargadores são elegíveis, o que torna o processo de escolha uma mera homologação de um nome”, disse Calandra.
Para o Coordenador da Justiça Estadual, Walter Pereira da Silva, “o discurso de que isso vai politizar a Magistratura é inconsistente, porque a Magistratura já é bastante politizada. Ele vai possibilitar que a escolha seja pautada pela condição de competência, do bom exercício da administração, com resultados imediatos para toda a sociedade”.
(*) Tramita no Senado a PEC nº 15/2012, de autoria do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Na Câmara dos Deputados, tramita a PEC nº 187/2012, de autoria do deputado federal Wellington Fagundes (PR-MT), que é presidente da Frente Parlamentar Mista pelo Aperfeiçoamento da Justiça Brasileira.

21.6.12

A gestão Ayres Brito é assim

Do Lauro Jardim

Blogs e Colunistas
quinta-feira, 21 de junho de 2012
11:23 \ Judiciário

Sem efeito

Longe dos problemas
A Associação dos Delegados de Polícia Federal esteve ontem com Cármen Lúcia, presidente do TSE.
Na reunião, delegados disseram que existe a possibilidade de greve durante as eleições municipais.
Cabe à PF o papel de polícia eleitoral, algo que inclui coibir a compra de votos e outros crimes eleitorais – prender batedores de carteira e arruaceiros durante o pleito é dever da PM e Polícia Civil.
Os delegados, que queriam sensibilizar Cármen para que ela, por sua vez, tentasse sensibilizar o governo por um aumento para a PF, ficaram desiludidos.
Quem esteve na reunião disse que Cármen entrou muda, ouviu tudo, e saiu calada.
Por Lauro Jardim
11:07 \ Governo

Ahmadinejad pede ajuda de Lula para conseguir encontro com Dilma

Dilma vai receber?
Veja como não é só Paulo Maluf que sai ganhando ao posar de amigo de Lula. Mahmoud Ahmadinejad também colheu dividendos ontem ao pedir que Lula o ajudasse a conseguir uma audiência com Dilma Rousseff.
A presidente negou o primeiro pedido de Ahmadinejad para um encontro, mas pode mudar de ideia para atender ao apelo de Lula.
Esperançoso, o iraniano já até cancelou o encontro que teria com Michel Temer (leia mais emTemer e Ahmadinejad).
Por Lauro Jardim
10:51 \ Governo

Marcela Temer fará companhia para mulher de Mahmoud Ahmadinejad no Rio

Fazendo sala
Enquanto Mahmoud Ahmadinejad realiza seus encontros bilaterais na Rio+20, vai sobrar paraMarcela Temer fazer sala para a mulher do iraniano, Azam ul-Sadat Farahi Shandiz.
Marcela vai acompanhar a primeira-dama iraniana em uma visita à exposição Amazônia, no CCBB, e em um desfile de moda e joias brasileiras no Itamaraty. Marcela e Azam também irão almoçar em um iate disponibilizado pela organização da Rio+20, atracado na Escola Naval.
Por Lauro Jardim
10:23 \ Congresso

“Onde dói o calo dele”

"Não fiz negócio com Cachoeira ou com a Delta. Se eles fizeram, eles que expliquem"
Convocado para falar à CPI mista do Cachoeira na próxima quarta-feira, o radialista Luiz Carlos Bordoni diz que irá reafirmar todas as revelações que fez sobre a forma como foi pago pelos serviços prestados à campanha de Marconi Perillo para o governo goiano. O que diz Bordoni?
O radialista alega que recebeu das mãos do próprio Perillo, em meados de 2010, um pagamento de 40 000 reais em dinheiro vivo. Depois, recebeu outros 45 000 reais em depósitos bancários feitos pela empresa fantasma do bicheiro Carlinhos Cachoeira Alberto & Pantoja Construções. Para comprovar o que está dizendo, Bordoni diz que Lúcio Gouthier, assessor de Perillo, telefonou para ele no dia dos depósitos para confirmar o recebimento. Diz Bordoni:
– Vou reafirmar na CPI o que disse. Não fiz negócio com Cachoeira ou com a Delta. O Marconi sabe onde dói o calo dele. Se eles fizeram, eles que expliquem.
Por Lauro Jardim
9:32 \ Televisão

Queda livre

Audiência cada vez menor
Carrossel não é o único responsável pela redução na audiência do Jornal da Record. O Ibope do programa está em queda livre há três anos.
Em 2010, a média de audiência do JR estava em 9,5 pontos. No ano seguinte passou para 8,1 pontos e este ano, até o dia 16, a média está em 7,1 pontos.
Por Lauro Jardim
9:03 \ Judiciário

Apelação final

Querendo sair
A defesa do bicheiro Carlinhos Cachoeira enviou na noite de ontem um novo memorial à Justiça do Distrito Federal.
No documento, diz que o bicheiro já conseguiu seu habeas corpus no “processo principal”, gerado pela operação Monte Carlo na Justiça Federal.
Por isso, defende que Cachoeira seja libertado, uma vez que os crimes cometidos no bojo da Saint-Michel, sobre fraudes no setor de transporte público do DF, seriam menores, dando no máximo cinco anos de cadeia.
A peça ainda lembra a argumentação do desembargador Tourinho Neto, que concedeu o habeas para Cachoeira na Justiça Federal. Diz que, devido à exposição da mídia, os investigados não voltariam a delinquir – que argumento!.
O habeas corpus será julgado hoje.
Por Lauro Jardim

“Casamento ao ar livre”

O cardeal do PT no casamento ao ar livre
Na avaliação de Esperidião Amin, as imagens de Lula sorridente nos jardins da casa de Paulo Maluf lembram o “cerimonial de um casamento”:
– Aquilo foi o cerimonial de um casamento ao ar livre. E não um casamento no fundo da igreja, como alguns gostariam, mas um casamento no altar principal, com o cardeal do PT presente!
Para o deputado catarinense, depois da proeza de Maluf, João Santana deve começar a se preocupar com seu reinado de marqueteiro político:
– Com essa foto, o Maluf já se tornou o marqueteiro do ano e candidato ao título de marqueteiro da década.
Por Lauro Jardim
8:22 \ Brasil

Golpe de mestre

Viana: "parece que estamos aderindo"
De Jorge Vianna, senador petista, sobre a já célebre foto de Lula, Fernando Haddad e Paulo Maluf:
- Uma coisa é você receber uma adesão; outra completamente diferente é parecer que somos nós que estamos aderindo. Foi um golpe de mestre do Maluf.
Por Lauro Jardim
7:22 \ Judiciário

Ayres articulando

Em busca de recomposição salarial
Em ano de julgamento do mensalão, Roberto Gurgel preferiu não tratar com Dilma Rousseff sobre aumento de salário para os procuradores.
Como chefe da acusação, entendeu que qualquer movimento poderia ser mal interpretado e abriria caminho para críticas maldosas.
Assim, quem está à frente das negociações é Ayres Britto, que também passa o pires pelo aumento no Judiciário.
Por Lauro Jardim