6fevereiro2012
CERIMÔNIA SOLENE
TJ-SP abre ano Judiciário visando aperfeiçoamento
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori, declarou oficialmente aberto o ano judiciário no maior tribunal do país. Em sessão solene, nesta segunda-feira (6/2), no Salão dos Passos Perdidos, diante de centenas desembargadores, servidores, autoridades e da imprensa, a porta-voz do tribunal, desembargadora Zélia Maria Antunes Alves, falou sobre medidas que visam a impulsionar os trabalhos do TJ, como a criação de cargos de assessores de juízes de primeiro grau.A cerimônia de posse do Conselho Superior da Magistratura do tribunal, que foi transmitida ao vivo pela internet, foi prestigiada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal e do CNJ, ministro Cezar Peluso; pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Ricardo Lewandowski; pelo vice-presidente da República, Michel Temer; pelo governador do estado, Geraldo Alckmin; pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; pelo procurador-geral de Justiça, Fernando Grella; e pelo presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso.
Em seu discurso, a porta-voz trouxe dados da atuação da corte em 2011. Tramitaram na Justiça paulista 18 milhões de processos, foram proferidas 500 mil decisões e acórdãos e mais de 4 milhões de sentenças de primeiro grau. “Embora os números sejam expressivos, reconhece-se que há necessidade urgente de novas medidas, sob pena de sacrifícios injustos e desnecessários para a população e para a Justiça”, disse a desembargadora.
Zélia citou a necessidade de melhorar a condição de trabalho dos juízes e servidores, “muitos trabalhando em prédios e salas improvisadas e sem estrutura nenhuma”. Entre as metas do tribunal para a gestão de Ivan Sartori está o estreitamento da relação com os poderes Legislativo e Executivo, além do fortalecimento da relação com a Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública.Os dados citados pela desembargadora foram aproveitados pelo vice-presidente da República, Michel Temer, em seu discurso. Ele afirmou que o tribunal cumpre o seu dever que é solucionar os litígios e pacificar os conflitos entre as pessoas. “Diante dos dados há pouco mensurados chegamos à conclusão de que o Tribunal de Justiça de São Paulo pacificou problemas que envolviam pelo menos 8 milhões de pessoas, o que comprova que o Judiciário paulista vem cumprindo a sua missão”, afirmou.
CNJEm nome do tribunal, a desembargadora Zélia Maria Antunes disse que “não obstante a mais ampla publicidade dos atos judiciais e a luta incessante de todos os magistrados e servidores, com prejuízo até de momentos de descanso, parte da sociedade está irrequieta e faz injustas acusações ao Judiciário”. “A memória da sociedade é fraca. Há menos de 30 anos, o povo brasileiro, aos milhares, comparecia às praças públicas exigindo que fossem devolvidos os predicamentos da magistratura”, afirmou a porta-voz do tribunal.
Questionado pela imprensa sobre sua opinião sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que entendeu pela competência concorrente da Corregedoria Nacional para instaurar procedimentos contra juízes e desembargadores, Sartori limitou-se a dizer que “a decisão do STF é merecedora de todo o respeito, e é importante que se tenha pacificado a questão. Temos que esperar para ver como os trabalhos do CNJ serão desenvolvidos daqui para frente”.
Durante a solenidade, o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, reafirmou a necessidade de o Judiciário ter independência. “Sem recursos suficientes não será possível atender a demanda do tribunal paulista”, disse.
Segundo o governador do estado, Geraldo Alckmin, “para o bem da democracia interessa um Judiciário cada vez mais forte e autônomo”. No entanto, não detalhou qual tipo de autonomia merece o Judiciário, já que a gestão dos próprios recursos é uma velha discussão entre Judiciário e o Executivo paulista.
Já o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Fernando Grella Vieira, ao se referir a todas as polêmicas e denúncias que envolvem e expuseram diversos tribunais estaduais de todo o país, disse que “o Judiciário é precioso, e como tal precisa ser preservado, pois é a Tábua de Salvação para o cidadão se socorrer”.
Também estiveram presentes à cerimônia o ministro do STJ, Massami Uyeda; o arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Scherer; o vereador José Police Neto (representando a presidência da Câmara de Vereadores); o deputado Gabriel Chalita (representando a presidência da Assembleia Legislativa); e o Comandante Militar do Sudeste, general do Exército Adhemar da Costa Machado.
Futuro tribunalApós a sessão solene, Sartori também adiantou que pretende cobrar da União os gastos que a tribunal paulista tem com os processos que originariamente são de competência delegada da Justiça Federal. Nas cidades em que não há vara federal, quem cuida dos processos é a Justiça estadual. O presidente do TJ afirmou que ainda está sendo feito o levantamento de quanto essas demandas representaram para os cofres do tribunal, e que assim que tiver esses dados irá cobrá-los.
Sartori também anunciou que a partir do di 28 de fevereiro disponibilizará 30 minutos por semana para atender a imprensa. As coletivas ocorrerão às terças-feiras, e não terão pauta determinada. O presidente ficará a disposição para responder a qualquer questionamento. Além disso, o presidente reafirmou a intenção de realizar reuniões periódicas com desembargadores para colher sugestões e críticas.
Balanço mensal
Embora a sessão solene de posse tenha acontecido somente nesta segunda-feira (6/2), Ivan Sartori está à frente do TJ-SP há 35 dias, desde o dia 2 de janeiro. No seu primeiro mês de presidência, Sartori liberou o saldo remanescente do orçamento do ano passado para pagar atrasados à servidores; exigiu do CNJ nomes de desembargadores investigados pelo Conselho, para que o TJ-SP pudesse também fazer uma apuração; e colocou as irregularidades no recebimento de créditos atrasados, logo na primeira sessão do Órgão Especial de 2012. Este julgamento retorna à pauta na próxima quarta-feira (8/2).
Embora a sessão solene de posse tenha acontecido somente nesta segunda-feira (6/2), Ivan Sartori está à frente do TJ-SP há 35 dias, desde o dia 2 de janeiro. No seu primeiro mês de presidência, Sartori liberou o saldo remanescente do orçamento do ano passado para pagar atrasados à servidores; exigiu do CNJ nomes de desembargadores investigados pelo Conselho, para que o TJ-SP pudesse também fazer uma apuração; e colocou as irregularidades no recebimento de créditos atrasados, logo na primeira sessão do Órgão Especial de 2012. Este julgamento retorna à pauta na próxima quarta-feira (8/2).
Entre outras decisões de peso que o tribunal já tomou nesta nova gestão está a redução em até 14 anos do prazo para pagamentos municipais, conforme noticiou a ConJur. Além disso, recentemente, Sartori criou uma Comissão de Segurança para juízes que sofram algum tipo de ameaça em virtude da sua atuação jurisdicional.
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