20 de setembro de 2011
Tribunal de Resíduos dos "Escolhidos"
É mesmo curioso, para não dizer sintomático, que o ilustre presidente do TRE/SP, ao invés de aproveitar a convocação dos juízes eleitorais para cuidar de assuntos relacionados à DEMOCRACIA, tenha preferido tratar de... LIXO!
Ou ele partilha da generalizada crença de que nossa classe política não tem mais jeito, e só nos cabe reciclar; ou ele se explica melhor, afinal: a) contratou uma empresa particular especializada em lixo; b) o dono dessa empresa proferiu palestra aos juízes; c) os juízes deveriam entregar material dessa empresa aos prefeitos municipais; d) o material continha a propaganda dessa empresa.
Tudo isso, valendo-se do prestígio da jurisdição eleitoral, e no período eleitoral.
Depois vem uma insossa nota de esclarecimento, que não esclarece o principal: a razão de tudo isso.
Por que essa empresa?
O que a jurisdição eleitoral tem a ver com a coleta seletiva de lixo?
Por que usar os juízes eleitorais, em época de eleição, para levar material dessa empresa aos alcaides? Um período bastante inoportuno, justamente no qual os juízes terão maior poder, o que implica em maior capacidade de 'persuasão', de pressão...
Evidentemente, os juízes se revoltaram. Segundo o presidente do TRE, houve exagero na suscetibilidade de alguns. Ora!
Trata-se, é verdade, de episódio isolado - mas deveras triste - na história da Justiça Eleitoral de São Paulo.
E enquanto não for esclarecido, com a recusa veemente dos juízes eleitorais em entregar qualquer cartilha ou material (mesmo que agora não contenha mais propaganda da empresa), o outrora Egrégio TRE terá se transformado num simples Tribunal de Resíduos dos "Escolhidos".
Boca do Inferno
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