1.7.13

Relato emocionante

Da Mônica Bérgamo, mas eu gostaria que o presidente do TJ lesse isso...

MÔNICA BERGAMO
"A vida não tem roteiro"
O casal de roteiristas Carolina Kotscho ("2 Filhos de Francisco") e Bráulio Mantovani ("Tropa de Elite") protagonizou um drama de ação no nascimento da primeira filha, Olga, em 30 de abril.
Carolina, então com sete meses de gravidez, estava no banho quando sentiu uma cólica muito forte. Enquanto o marido telefonava para sua médica, Olga nascia, ali mesmo, às 18h36, no chão do apartamento, com a mãe de Carol cortando o cordão umbilical com as mãos.
Prematura, a recém-nascida precisava logo ir a um hospital. Como as ambulâncias não chegavam, Bráulio chamou a polícia. Mas, desde janeiro, uma norma impede a PM de prestar socorro.
Carolina enviou e-mail a amigos e familiares na semana passada contando a dificuldade para ser socorrida. Na carta, dá boas-vindas à filha, que nasceu com 1,75 kg e 43 cm e ficou duas semanas na UTI. A seguir, trechos da mensagem:
"Talvez eu continuasse em silêncio por mais tempo, não fosse a intensa discussão sobre a Polícia Militar prestar ou não socorro às vítimas ganhar tanto espaço nas semanas seguintes e a violência e a brutalidade da mesma PM transformar em revolta nacional o que era uma manifestação pacífica contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo. Assim como me esqueci da dor do parto, também fiz questão de esquecer as quase duas horas que demoramos para chegar ao hospital.
E me dou conta de que alguém realmente errou, é verdade, quando me lembro dos dois policiais que entraram na nossa casa, minutos depois do nascimento da nossa filha, e ficaram ali por uma hora e meia, pisando no nosso sangue, pedindo documentos e batendo papo enquanto se diziam impedidos de nos socorrer e repetindo que a ambulância do Samu estava a caminho.
E nada de chegar o socorro. Então vamos de carro. Não podem, há um acidente na avenida Nove de Julho com 17 vítimas, vocês não chegariam nunca ao hospital. Então vamos na viatura. Não podemos socorrer nem transportar vítimas. Então vocês abrem caminho com a sirene e nós vamos de carro atrás. Não podemos, mas a ambulância está chegando. E nada. Então vamos chamar a ambulância do hospital. Mas o hospital é longe e o Samu está chegando em 10 minutos.
Bráulio chamou uma ambulância particular.... E finalmente chegaram os bombeiros. Tudo isso para dizer que é um crime a polícia não prestar socorro, para lembrar que a polícia deveria servir e proteger a população... e para agradecer à nossa grande Olga por provar que a vida não tem roteiro e que a gente não controla mesmo nada."

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