5.8.12

Problemas com penhora de veículos usados

Já há algum tempo venho indeferindo a penhora de veículos usados.
Os argumentos são variados.Num primeiro momento verificava a ficha juntada pela Fazenda Estadual e rejeitava o pleito pelo fato dos bens serem usados, bem antigos e com dívidas de licenciamento e IPVA.
Num segundo momento, feito o pedido sem indicação do bem, dizia que a venda judicial do bem iria competir com a venda por revendores, que tem nota, garantia e financiamento. Além disso, o Estado não pode mais adjudicar os bens.
Tive uma decisão reformada pelo Tribunal, sob o fundamento de que essa seria o único bem do devedor  e, portanto, não restava outra coisa a fazer.
Agora, vejo essa notícia na Folha de São Paulo de ontem, relatando os problemas do ramo de carros usados.


Crise em carros usados fecha 4.500 lojas
Afetado por restrição de crédito e desvalorização dos modelos, setor recorre ao governoGABRIEL BALDOCCHI
DE SÃO PAULO
Enquanto as montadoras comemoram a recuperação dos negócios, revendedores de carros sofrem com as restrições de crédito e a desvalorização dos modelos.
Diante da queda no comércio de usados em junho, a relação das vendas entre novos e seminovos, superior a 2,6 nos cinco últimos anos, caiu para 2,1.
Desde o final do ano passado, o crédito secou no setor. Cerca de 80% dos pedidos de financiamento são negados.
A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) acentuou a crise. Em alguns modelos, a desvalorização chega a 30% como reflexo da queda nos novos.
A Fenauto (sindicato das revendas) estima que 4.500 lojas tenham sido fechadas nos últimos meses, cerca de 10% do total no país.
O setor entregou uma pauta de reivindicações ao Ministério da Fazenda.
Pede retirada total do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nos financiamentos de usados e uma linha de capital de giro para garantir a sobrevivência dos lojistas até a retomada do crédito.
"O governo só tem olhos para as montadoras. Esquece o nosso setor", afirma o presidente da Fenauto, Ilídio Gonçalvez.
Ele reclama da falta de resposta para os pedidos.
O lojista Ariovaldo Tavares de Souza, 60, fechou duas de suas três revendas no centro de São Paulo e já contabiliza um prejuízo de mais de R$ 100 mil.
"Como não vende, tem que repassar com prejuízo. Um Palio vendido antes a R$ 18 mil custa hoje R$ 13 mil", diz.
A crise nos usados deve afetar o desempenho dos novos. Cerca de 60% dos compradores de modelos zero-quilômetro entregam um carro de entrada no negócio.
"É um mercado muito significativo, até mesmo para a montadora, porque, para vender o carro novo dela, ela precisa desse mercado funcionando", afirma o consultor Valdner Papa.

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